quarta-feira, agosto 12, 2009

Abraço Azul

Guardo as minhas palavras neste abraço azul. Redondo como todos os abraços. Fecho-as num coração que se desenha na linha perfeita da filigrana e penduro-o ao peito.

Ato as minhas palavras ao bordado das formas e deixo-as ser mar, porque azul. Deixo-as ser maré e envolver as telas. Deixo-as entrar em cada quadro para dizer que há gritos que escondem silêncios, que há braços à espera de abraços, que há segredos (quase) meninos à espera de tempo, que há sonhos (quase) reais à espera de vez.

Perdi palavras pelo caminho. Deixei-as nos olhos que fechei e enterrei no colo, outra vez. Foi então que uma ave, a asa de uma ave, o sopro azul do voo de uma ave as salvou. Um abraço. Redondo. Azul. Um abraço apertado como são todos os abraços.

Graça Alves

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