segunda-feira, maio 17, 2010

Sobre o (Sopro Cardíaco) - I













SUSPIRO, série flores cardíacas, 2010,fotografia da autoria de Zyber Chema.


Silvia Lopes (sopro cardíaco) PAULOSÉRGIOBEJuGALERIADOSPRAZERESABRIL/MAIO2010

O que é o REAL? REAL não é a forma como somos feitos. É o que se sente no acontecer. O CORPO é matéria feita de músculos e órgãos na obra de BEJu. O CORPO é pesado, forte, ágil ou leve.

O CORPO descobre-se noutros corpos e matérias. No SOLO que pisa. Na FORÇA das mãos que puxam. No ABANDONO das mãos que se perdem. O CORPO inclina-se. CAI. LEVANTA-SE. Petrifica-se. Desliza. Na quietude escuta a CHUVA. Dos pés solta-se o som da TERRA. O CORPO É O PESO DAS COSTAS. O CORPO É QUÍMICO. ENERGIA. Dos olhos libertam-se asas atraídas por outros corpos. O CORPO é PELE. Lençol elástico e impermeável, feito de nervos de sensibilidade fina, de receptores de densidades e texturas várias. Tecido de ramificações sensíveis e teias de músculos e órgãos em emaranhados de LUZ-SANGUE. CORPO EPIFANIA. Na exterioridade e na respiração com OUTROS CORPOS. Moléculas voláteis, subtis e inconscientes emanadas do CORPO de OUTRO, atravessam os GESTOS e o sentido do EU. Emoções viscerais fazem incisões, rasganços obsessivos.

Mágoa do sentido. Ferida da leitura do EU. O CORAÇÃO ESTREMECE.

Um rio de sangue vermelho inunda o cérebro de neurotransmissores. EXALTAÇÃO . EUFORIA. Espantosa infinitude sentida no casulo trémulo do SER. Fragilidade do CORAÇÃO. Músculo estriado particular, controlado pelo cérebro hipotalâmico e límbico primitivo, somatossensorial e frontal, que, num campo de batalha de paixões , corpo animado de um pesar doloroso, anseia a paz no rumor da natureza e do horizonte longínquo. DESEJO natural (fugaz) do INFINITO. O (SOPRO CARDÍACO) é o outro discurso dos CORPOS. Nos Encontros Breves. A realidade é irrelevante.


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